HOMENAGEM A OSWALDO CRUZ


SOBRE O SELO
HOMENAGEM A OSWALDO CRUZ – RHM C0767 – 20/12/1972
JOSÉ PAULO BRAIDA LOPES
Em 20 de dezembro de 1972 foi emitida uma série de 4 selos em “Homenagem à Terra e ao Homem”.

São dois selos com facial de 10 cts. – Pró-rural-Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (RHM C0765) e Campanha do Trânsito (RHM C0766), um selo de 70 cts. – Homenagem a Oswaldo Cruz (RHM C0767) e o quarto selo de Cr$ 2,00 – Exportação Agropecuária (RHM C0768).
Os selos RHM C0765, C0766 e C0768 foram desenhados pelo artista Gian Calvi, cujo nome de nascença é Gianvittore Calvi. Ele nasceu em 18 de maio de 1938 em Bérgamo na Itália e está radicado no Brasil desde 1949. Trabalhou na direção de arte e de criação de televisões e agências de publicidade. É reconhecido por seus trabalhos de desenvolvimento em projetos para a criação e produção de materiais educativos impressos e audiovisuais. Gian Calvi fez parte da renovação da Filatelia brasileira. Durante a década de 70, como consultor artístico e designer da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) e da Casa da Moeda, Calvi participou da revitalização da produção de selos, carimbos e fascículos, ajudando no fortalecimento da identidade filatélica brasileira.


O selo RHM C0767 é uma homenagem ao Centenário de Nascimento do cientista e sanitarista Oswaldo Cruz. Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em São Luís do Paraitinga/SP em 5 de agosto de 1872. Com apenas 14 anos de idade ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se doutorou em 1892. Clinicou no Rio de Janeiro até os primeiros meses de 1896, quando viajou para a França, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos, sobretudo de bacteriologia. Entre 1896 e 1899 estagiou no Instituto Pasteur de Paris. De volta ao Brasil participou do combate ao surto de peste bubônica em Santos (SP) e outras cidades portuárias. O controle da epidemia dependia do emprego do soro adequado. Para produzi-lo foram criados o Instituto Butantã, em São Paulo e o Instituto Soroterápico Federal em Manguinhos, cuja direção assumiu em 1902. Coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola no Rio de Janeiro. Entre 1908 e 1912 trabalhou na campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará, fez levantamentos sobre as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia. Em 1916 ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências. No ano seguinte, em 11 de fevereiro de 1917, Oswaldo Cruz faleceu de insuficiência renal.
O desenho do selo RHM C0767 é uma reprodução de uma charge do caricaturista J. Carlos. José Carlos de Brito e Cunha, conhecido como J. Carlos nasceu no Rio de Janeiro em 18 de junho de 1884 e morreu no Rio de Janeiro em 2 de outubro de 1950. Foi um chargista, ilustrador e designer gráfico. Também fez esculturas, foi autor de teatro de revista, letrista de samba, e é considerado um dos maiores representantes do estilo art déco no design gráfico brasileiro. Os trabalhos de J. Carlos apareceriam nas melhores revistas de sua época: O Malho, O Tico Tico, Tagarela, Fon-Fon, Careta, A Cigarra, Vida Moderna, Eu Sei Tudo, Revista da Semana e Para Todos.


A caricatura de Oswaldo Cruz reproduzida no selo RHM C0767 foi publicada no número 129 (de 11 de agosto de 1904) da Revista “Tagarela”, um semanário humorístico. A caricatura apareceu em uma página inteira da “Tagarela” com o título “GUILHERME ... TELA DE ARAME”, trazendo ainda a seguinte legenda “O mais extraordinário caçador de ... mosquitos”.

A legenda “DR. OSWALDO CRUZ – GENERAL DA BRIGADA MATA MOSQUITOS. ULTIMO MARTYR DA SCIENCIA”, que aparece no selo, é o titulo de outra caricatura de Oswaldo Cruz feita por J. Carlos e publicado em cores na capa da Revista “Careta” do dia 31 de outubro de 1908.
Oswaldo Cruz aparece em um selo de 1950, comemorativo do V Congresso Brasileiro de Microbiologia (RHM C0255), na série “Bisneta” (RHM 491, 492, 493 e 494) e no selo de 2000 (RHM C2280) comemorativo do Centenário da Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ. O selo de 1972 (RHM C0767), em homenagem ao centenário de Oswaldo Cruz (fato não mencionado no selo), foi o primeiro selo brasileiro em que a imagem utilizada foi uma caricatura.

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