CENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR


CENTENÁRIO DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Proclamada a Independência, foi convocada pelo imperador, em maio de 1823, a Assembleia Constituinte para a elaboração da Constituição do novo Império. Jamais houve no Brasil Constituinte tão tumultuada como aquela, dividida pelas suspeitas, infundadas, de que D. Pedro procurava atender aos interesses de Portugal e instaurar o poder absoluto, tudo acabando em arruaças no Rio de Janeiro, prisão e exílio de José Bonifácio e seus irmão Martim Francisco e Antônio Carlos, intervenção militar e, finalmente, a dissolução da Assembleia. A constituição do Império acabou sendo redigida por uma comissão nomeada pelo imperador e imposta ao país, no dia 23 de março do ano seguinte. A repulsa pela Constituição de 1824 foi muito grande nos meios nativistas (os que se opunham aos portugueses), tendo havido maior resistência em Pernambuco, onde, em 2 de julho, estourou uma revolução republicana sob o argumento de que “tanto valia ser colônia de Portugal como do Rio de Janeiro”. Liderada por Paes de Andrada, com a expectativa de adesão da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (que não aconteceu), a revolta recebeu o nome de Confederação do Equador. Do Rio de Janeiro foi enviado, por mar, um exército de 1.200 homens, sob o comando do general Francisco de Lima e Silva, e uma divisão naval, cujo comandante, lorde Cochrane, mandou emissários a Paes de Andrada com a proposta de solução pacífica e saída honrosa, recebendo em resposta o oferecimento (não aceito) de um suborno de 400 contos de réis para aderir à revolução.

As tropas imperiais, depois de uma série de pequenos combates, entraram em Olinda, no dia 12 de setembro, logo ocupando o Palácio do Governo e a Tesouraria. No dia 17, caiu a freguesia do Recife. Foi o fim. Muitos prisioneiros foram mandados para o sul, outros receberam anistia e alguns foram condenados à morte. Entre esses estava um de sus mais destacados líderes: o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, carmelita, professor de retórica e geometria, que acabou fuzilado porque não se encontrou, com ameaça ou promessa, quem se dispusesse a enforcá-lo.

Formas de Pagamento