VACINAÇÃO E FILATELIA


VACINAÇÃO E FILATELIA

Num sábado eu estava no escritório na Avenida Barão de Itapetininga, 221, 11º andar. Era o escritório da RHM. Entrou um senhor e uma criança para saber algo sobre filatelia. Ele desejava conhecer os protetores plásticos. Após uma boa conversa ele disse: eu preciso de milhões de protetores.

Fiquei estarrecido. Perguntei: qual a finalidade? Ele respondeu: Eu sou o diretor da Nova Cultural e estou estudando a possibilidade para lançar uma coleção em fascículos. Ela chama-se “SELOS DE TODO MUNDO”.

A divulgação deste lançamento foi enorme. Eu cheguei a participar de diversos programas de TV e rádio e no final fui fazer uma apresentação do que é filatelia no Rio de Janeiro. A distribuição dos fascículos no Rio funcionava de forma diferente. Existiam certos chefes que eram responsáveis pela distribuição. Em um restaurante onde todos estes chefes se apresentaram eu fiz a palestra. Em dado momento eu disse: a filatelia abrange qualquer assunto. Foi aí que um deles perguntou: tem selo do Bangu. Pensei: agora ele me pegou. Não existe selo do Bangu. Por outro lado, existe o bloco Brasiliana de futebol onde o Brasil enfrenta o Paraguai. O uniforme do Paraguai, visto de longe, serve para dizer ao cidadão: está aqui o Bangu. Não é Bangu e tão pouco o Brasil enfrentou o Paraguai na Copa do Mundo com a Taça Jules Rimet.

Tudo isso para dizer que a filatelia abrange todas as áreas de atuação. Sim, pois hoje eu encontrei uma peça relacionada à vacinação. Não é a primeira vez que somos OBRIGADOS a tomar uma vacina. Vão criar passaporte, comprovantes para uma viagem, cinema, teatro e até restaurante.

DESCRIÇÃO DA PEÇA

S.P. – Exigindo Atestado de Vacinação

27 de novembro de 1902 – Impresso da Secretaria d’Estado dos Negócios enviado para a Câmara Municipal de Arêas exigindo um atestado de vacinação para a matrícula das crianças nas escolas. Curiosa peça com indicação “S.P.” de Serviço Público (que isenta a correspondência) e selo de 20 réis da Madrugada Republicana.

Em 1904 acontece a revolta da vacina no Rio de Janeiro. Os pais das crianças diziam que o estado não tem o direito de furar as nossas crianças de forma obrigatória.

Isso está acontecendo neste exato momento. Incrível como a filatelia é abrangente.

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