UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS COTAÇÕES


UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS COTAÇÕES

Realizar uma análise de todas as cotações dos selos do Brasil ao longo dos últimos 60 anos seria de fato uma tarefa extenuante.

Passamos por longos períodos de inflação, diversas moedas, etc.

O que a maioria não sabe é que não existe uma forma de ajustar as cotações aos interesses pessoais, como algumas pessoas chegam a sugerir.

Faz isso por desconhecimento, ignorância ou mesmo por um sentimento de despeito. É uma forma de atacar quem procura desenvolver uma filatelia sadia e séria.

O TERMÔMETRO

Na filatelia brasileira o selo que serve como base para sabermos se a filatelia anda bem é o 60 RÉIS olho de Boi de 1843. Na Alemanha é a série POSTHORN e cada país tem um (ou vários) selo (s) que servem de termômetro.

O NASCIMENTO DAS COTAÇÕES

Quando criança eu colecionava figurinhas e procurava trocar as repetidas. Já bem pequeno eu sabia que uma figurinha difícil era trocada por dezenas de repetidas diferentes ou iguais. Quase todo mundo sabe que se as repetidas forem iguais será difícil realizar uma troca por uma figurinha difícil.

FOI NESTA RELAÇÃO DE TROCAS que nasceram as cotações.

Por essa razão deve-se fazer uma análise relativa das cotações.

Ao longo dos últimos 60 anos um 30 réis Olho de Boi carimbado sempre custou entre 1,6 e 2,2 vezes um 60 réis carimbado. Este tipo de relação em TODO O CATÁLOGO DE SELOS DO BRASIL sempre mudou MUITO POUCO.

É POR ISSO QUE AFIRMO QUE NÃO HÁ COMO MANIPULAR AS COTAÇÕES.

TOMANDO O 60 RÉIS COMO TERMÔMETRO

Vamos a seguir mostrar que ao longo dos últimos 60 anos houve uma só tendência: AUMENTO NO VALOR DOS SELOS NOVOS DO BRASIL IMPÉRIO.

Peguei 4 edições do Catálogo de Selos do Brasil dos quais interferi em apenas um deles (nas cotações de 2008).

A-1950-Catálogo de Selos do Brasil da Filatélica Suíço-Americana de autoria do Dr. Francisco Schiffer.

B-1978-Catálogo de selos do Brasil da RHM-36ª Edição

C-1984-Catálogo de selos do Brasil da RHM-42ª Edição

D-2008-Catálogo de selos do Brasil da RHM-56ª Edição

As cotações dos catálogos de 1978 e 1984 foram elaboradas por Rolf Harald Meyer com o auxílio de diversos outros comerciantes, entre eles George Reiter, Antonio Fassina.

Na edição de 1984 eu apenas desenhei a capa, pois tinha acabado de entrar no mercado filatélico e não conhecia coisa nenhuma a respeito do assunto.

Na edição de 2008 eu realizei o catálogo inteiro com o auxílio (nas cotações) de Júlio C.R. Castro (Filatelia 77) e José Luiz Fevereiro. Colaboraram também Constantino Papazoglu, Hugo Peter Kistler, Jorge Caruso, José Alberto Junges e Renato de Amaral Machado.

FUGINDO DA MOEDA E DA INFLAÇÃO – TROCAS

Para analisar corretamente as cotações ao longo do tempo tomei como base o valor dos 60 réis Olho de Boi carimbado.

As cotações eram:

1950 – 600 Cruzeiros

1978 – 4.500 Cruzeiros

1984 – 275.000 Cruzeiros

2008 – 780 Reais.

Basta dividir as demais cotações pelos valores acima para sabermos quanto cada exemplar valia em relação aos 60 réis Olho de Boi carimbado.

Obtivemos os seguintes resultados.

 

1950

novos

carimbados

30 réis

4,2

1,6

60 réis

2,7

1

90 réis

10,8

5,3

 

 

1978

novos

carimbados

30 réis

4,4

1,7

60 réis

2,8

1

90 réis

10

4

 

1984

novos

carimbados

30 réis

9

2

60 réis

3

1

90 réis

14,5

5

 

2008

novos

carimbados

30 réis

18

2,2

60 réis

5,1

1

90 réis

15,4

4,7

Veja que o 30 réis Olho de Boi valia 1,6 vezes o 60 réis em 1950, 1,7 em 1978, duas vezes em 1984 e 2,2 vezes em 2008. Ele melhorou em relação aos 60 réis carimbado de forma lenta e gradual.

Com o 90 réis carimbado (1950=5,3; 1978=4; 1984=5 e em 2008= 4,7) quase não houve mudança alguma ao longo dos últimos 60 anos. Quem pode dizer agora que há manipulação de cotações?

OS SELOS NOVOS

Para os selos NOVOS do Brasil Império isso tudo muda.

O 30 réis Olho de Boi, que a velha guarda dizia valer menos que um 90 réis novo, agora é o selo mais caro da série. Foram necessárias quatro décadas para o mercado perceber que o 30 novo é muito mais difícil de encontrar que um 90 réis também novo. Digo isso dizendo que se você for ao mercado com muito dinheiro e disposto a comprar todos os selos de 30 réis novos e 90 réis, vai voltar com alguns 90 réis e quase nenhum 30.

A evolução nas cotações destes selos sem carimbo permaneceu estática entre 1950 e 1978. De lá em diante os valores só AUMENTARAM.

O 30 réis novo valia 4,2 x em 1950; 4,4 x em 1978, 9 x em 1984 e atualmente vale 18 x o 60 réis carimbado. O 60 réis novo (o mais comum entre eles) subiu de 2,7 para 3 em 34 anos e vale atualmente mais de 5 vezes um exemplar carimbado. O 90 réis novo teve uma elevação mais discreta. Foi de 10,8 vezes até 15 vezes nos últimos 60 anos.

Esta brincadeira você pode fazer com TODOS os selos clássicos do Brasil e vai descobrir que esta foi sempre a tendência do mercado filatélico = O QUE É BOM FICA CADA VEZ MELHOR e o material comum será sempre mais e mais fácil de encontrar e mais em conta também.

Veja as ofertas em nosso site de selos NOVOS DO IMPÉRIO e compare com os carimbados.

Claro que o nosso site é apenas uma amostra do universo das peças existentes, mesmo por que quando uma peça entra em uma coleção, lá fica por muito tempo e sai do mercado.

Peter Meyer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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