SERVIÇO DILIGÊNCIA


SERVIÇO DILIGÊNCIA

Na primeira metade do século XIX, os serviços de transporte das cartas era realizado por carteiros pedestres, chamados estafetas. As ligações entre as pequenas localidades do interior do Brasil recebiam a visita do andarilho a cada 10 dias, aproximadamente. Tratavam de responder as cartas com a maior brevidade possível para aproveitar a visita do mensageiro, que permanecia pouco tempo no local.

Com o advento das ligações por estradas de ferro (1853 em diante), as correspondências acumulavam-se nas estações terminais. Os correios decidiram terceirizar os serviços postais, já em 1848, contratando empresários para a construção de estradas vicinais. Estes receberam facilidades de crédito e após a construção das estradas passaram a explorar o transporte de passageiros, produtos e mensagens através de diligências. Cada diligência levava de 4 a 14 passageiros e em contrapartida deveria reservar um local para o transporte de correspondência. Estes empresários passaram então a ser Agentes de Despachos de bens e missivas dos Correios.

No início temos trechos onde estes serviços funcionaram efetivamente, dos quais destacamos:

1-Alegrete e Uruguaiana

2-Bagé e Pelotas

3-Estrada União e Indústria – Petrópolis e Juiz de Fora

4-Jundiaí e Campinas

5-Curitiba e São José dos Pinhais

6-Joinville e São Bento (segundo o trabalho de Sergio Laux em 1881)

Os carimbos DILIGÊNCIA e suas respectivas cartas podem ser classificadas em dois grupos:

a) Correspondência onde o carimbo contém a palavra “DILIGÊNCIA”.

b) Correspondência onde pelo conteúdo ou pela ligação postal sabemos terem sido transportados pelo serviço “DILIGÊNCIA”.

Este tipo de serviço, bastante comum na Argentina e no Uruguai, pouco aparece em nossos registros. No Brasil este tipo de peça e a sua documentação é muito escassa. A seguir apresentamos um documento oficial de contração deste tipo de serviço.

Província do Paraná-Palácio da Presidência-17 de janeiro de 1889.

“Declaro a VSa que mandei lavrar contracto para o serviço de diligencias entre esta Capital e villa de S.José dos Pinhaes com Brazilino de Moura, com quem poderá convir que seja contractada a conducção das malas do correio para aquella villa. Deos guarde a Vsa.”

DILIGÊNCIA: Carruagem puxada a cavalos, com suspensão de molas, que servia para o transporte coletivo de passageiros.

A seguir apresentamos a imagem da Diligência MAZEPPA utilizada na ligação entre Juiz de Fora e Petrópolis. Atualmente ela está no Museu da Prefeitura Municipal do Comendador Levy Gasparian/RJ.

OS CARIMBOS

Até a presente data conhecemos os seguintes carimbos, do tipo explícito e implícito:

CDIL1            Entre Alegrete e Uruguayana em lilás

CDIL2            Diligência de M.Balthar em preto

CDIL3            Pelotas em preto inscrito na letra “O”

CDIL4            Circular Joinville (S.Catharina) com S. BENTO (S.Catharina)

Com certeza iremos descobrir outros carimbos de linhas conhecidas e peças ainda por encontrar.

Apresentamos a seguir algumas sobrecartas conhecidas.

Sobrecarta de ALEGRETE, 6 de maio de 1881, para Uruguaiana pelo serviço de DILIGÊNCIAS com porte de 100 réis Dom Pedro II, Barba Branca e carimbo lilás “ENTRE ALEGRETE E URUGUAIANA”.

Sobrecarta entre Pelotas e Bagé que pelo conteúdo sabe-se que a mesma foi circulada pelo serviço de diligências. Veja o interior da carta onde o remetente cobra o valor da remessa pelo serviço.

INTERIOR DA CARTA ACIMA ILUSTRADA

Peça que estará disponível no site www.oselo.com.br.

por Peter Meyer

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