A PRIMEIRA FILIGRANA BRASILEIRA-SUTURA


A PRIMEIRA FILIGRANA BRASILEIRA-SUTURA 

A filigrana, também conhecida como marca d’água, surge no selo brasileiro já em 1843.

No entanto nos Olhos de Boi e nos selos postais do Brasil Império ela ocorre de forma acidental.

Não havia a preocupação de fabricar e imprimir selos postais com filigrana de proteção neste período.

A filigrana nasceu muito tempo antes do selo postal. Podemos observá-la nos papéis de sobrecartas pré-filatélicas indicando o nome ou o símbolo do fabricante.

A filigrana de sutura aparece nos selos do Império (ver imagem a seguir) muito raramente, pois é proveniente do processo de fabricação do papel.

 

ASPECTO DA FILIGRANA DE SUTURA NA BENZINA

Durante a prensagem do papel úmido a costura do tecido (emenda) passava ao papel e ocasionalmente no selo postal.

O Catálogo de Selos do Brasil não apresenta a cotação destes acidentes (exceto nos Olhos de Boi), pois desconhecemos esta ocorrência (grau de raridade, etc.). Conhecemos a filigrana de sutura nos Inclinados (um 60 e um 180 réis), nos Verticais e nos Dom Pedros.

Veja no site um exemplo: S3069-1866-20 RÉIS D.PEDRO COM FILIGRANA DE SUTURA
1866 – 20 réis D.Pedro II, denteado, ABN, com carimbo mudo e rara filigrana de sutura.

Visite o link: SELO COM SUTURA 

Por outro lado a primeira filigrana proposital utilizada no Brasil aparece nos selos fiscais do padrão "Cruzeiro". A lógica está no valor facial.

Enquanto o selo postal com maior valor facial emitido no Império foi de 1.000 réis (nº. 46) no fiscal Cruzeiro atingia a cifra de 50.000 réis (muito dinheiro na época). 

Os falsários concentravam os seus esforços, justamente, nos selos fiscais, cujo elevado valor compensava.

Descobriu-se em 2002 que além da filigrana de sutura (acidental) outras existem. Foram descobertas filigranas nos selos fiscais de Rapé da Bahia de 1884. Neste caso, entretanto, são as marcas do fabricante do papel (Letra “V, Meyer, etc.”.).

Nos selos postais a filigrana de proteção surgiu apenas na emissão da Madrugada Republicana de 1905.

Foi a filigrana “A” CORREIO FEDERAL.

Também aqui houve uma confusão e a Casa da Moeda empregou, acidentalmente, o papel dos selos fiscais, produzindo os selos com a filigrana IMPOSTO DE CONSUMO.

FILIGRANA IMPOSTO DE CONSUMO

Nos Inteiros Postais a filigrana aparece nos envelopes EN-8 até EN-14 – CORREIO BRASILEIRO.

Seja como for atualmente a filigrana não é mais utilizada. Os selos têm fosforescência que inibe os falsários, mas não os impede de continuar com as suas falcatruas.

A filigrana torna-se visível quando o selo é colocado sobre uma superfície preta e imerso em benzina. Não se deve colocar os selos de taxa devida na benzina, pois a tinta destes desbota. Nos demais não há problemas.

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