A MAGIA DA FILATELIA – artigo 13


A MAGIA DA FILATELIA – artigo 13

NETINHA – OS SELOS DE “VENDA OFICIAL” E DE “VENDA PARTICULAR”

Por Helmut Ponge

Encontramos nos selos do Padrão de 1941, pela primeira e única vez em selos do Brasil, uma distinção entre os selos vendidos pelas próprias agências postais e os distribuídos por particulares para isso autorizados.

Os selos destinados “à venda particular” são caracterizados por três traços verticais, impressos no verso, em cor verde. Os selos de “venda particular” devem ser classificados separadamente dos de “venda oficial”, pois constituem “selos tipo” diferentes, pelas seguintes razões:

1 – A diferenciação foi medida intencional, expressamente determinada pela Portaria nº 174, de 20 de fevereiro de 1941, em cumprimento do Decreto-Lei nº 2.937, de 27 de janeiro de 1941, constando ainda do Edital de 15 de setembro de 1941.

2 – Os selos das duas categorias foram encomendados separadamente pelo Correio, de acordo com as necessidades desse Departamento, e também impressos separadamente pela Casa da Moeda, como provam os respectivos “Números de ordem”.

3 – Em muitos casos em que as duas categorias de selos foram encomendadas simultaneamente, a impressão foi feita em papéis diferentes tendo obedecido, até certo ponto, um método no uso dos papéis empregados para a emissão de selos “sem traços” e “com traços”.

De acordo com o Edital de 15-9-1941, “A característica dos selos cuja venda pode ser efetuada por comerciantes.... é a seguinte: No verso de cada selo, em sentido vertical e à direita há uma marca constituída de três traços paralelos, em cor verde”.

Nas primeiras tiragens, em papel A, os traços verdes efetivamente são deslocados quase sempre à direita. Já a partir do papel C, porém, a sua posição é normalmente no centro do selo. Verificamos ainda que, quando ocorre deslocamento de traços, esse, na maioria dos casos, se dá à direita, sendo relativamente poucos selos com deslocamento à esquerda.

Os traços verdes variam de “pálidos” a “vivos” e de “opacos” a “brilhantes”. A distância normal entre os conjuntos de três traços é de 21 mm, o que corresponde exatamente à largura dos selos. Foram, no entanto, constatados espaçamentos variando entre 20 e 25 mm.

A fabricação de selos assinalados no verso, destinados à venda por particulares, foi suspensa em 1949, de acordo com a Portaria Nº 480/49, de 30-4-1949.

Os valores emitidos pela primeira vez depois da supra citada Portaria, não podem, portanto, existir com traços no verso. São os de Cr$ 0,30; 0,50; 0,70, Cr$ 10,00; 20,00 e 50,00.

Por ocasião da impressão destes traços verdes na Casa da Moeda diversas variedades surgiram, sendo que a maioria está registrada no Catálogo de Selos do Brasil RHM.

A princípio temos os seguintes tipos:

SELOS ISOLADOS

Selos isolados sem traços e sem vincos (427 B, 430 B, 431 C1, 434 C, 456 C1)

S20461a-1942-  PAR NETINHA 5.000 RÉIS- Nº 434C***

1942 – Par novo netinha 5.000 réis, Floriano Peixoto,  filigrana “Cruz de Cristo” sem traços e com vincos. Mint.

Selos isolados sem traços e com vincos (434 B, 435 B, 431 C, 435 C, 443 C, 446 C, 448 C, 451 C, 454 C, 456 C, 443 D, 482 A, 483 A, 488 A)

1948 – Cr$ 5,00 – FILIGRANA “CORREIO*BRASIL Q” COM VINCOS – NOVO – rhm:488 A – S43430

Selo isolado de Cr$ 5,00 na filigrana “Correio * Brasil – Q”, vertical, COM VINCOS, novo com goma e poucas pintas de oxidação. 

Selos isolados com traços no anverso (415 A, 416 A, 445 D, 445 B1, 458 B, 459 B)

1946 – 50 RÉIS NA FIL. CORREIO*BRASIL (Q)-TRAÇOS NO ANVERSO – RHM Nº 458 B – S48551

Selo isolado de 50 réis na filigrana “CORREIO*BRASIL – Q” vertical em papel médio tramado com traços verdes no anverso, novo com goma plena “mint”, raro. 

Selos isolados com traços duplos no anverso (416 AD, 460 B1) - sem imagem

Selos isolados com traços duplos no verso (428 C, 456 C2, 443 D1, 452 F1, 457 A)

NETINHA – MILRÉIS - COM TRAÇOS - 20 réis na filigrana “Correio * - Q”, novo com goma, traços duplos no verso. Rhm Nº 457 A. 

Selos isolados com traços no verso e anverso (429 C, 442 F1, 485 C). Só existem com carimbo. Sem imagem.

Selos isolados com traços na cor do selo (482 C ainda não registrado no catálogo)

1947 - QUADRA Cr$ 0,20 COM TRAÇOS NA COR DO SELO – RHM:482 “C” – K3478

Quadra do Cr$ 0,20 na filigrana “Q” com traços na cor do selo. Selo descoberto por Adalberto Marcus, não catalogado até a presente data. Será o número 482 C. Acompanha cópia da correspondência assinada por Adalberto Marcus que pesquisou a origem desta peça na Casa da Moeda. 

PARES

Pares tendo um selo com traços e outro sem traços (413 C ainda não incluído no catálogo, 414 C, 416 C, 434 B2, 426 C, 434 C1, 436 C, 444 C, 445 C, 452 C, 443 D2, 449 D, 452 D, 454 F, 455 D, 442 F, 449 F, 452 F, 454 F, 457 B, 458 A, 460 B, 482 B, 485 B, 487 Ab, 488 B)

1946 – PAR 50 RÉIS COM E SEM TRAÇOS NA FILIGRANA Q – RHM Nº 458 A – S59437

Par 50 réis na filigrana CORREIO*BRASIL (Q) vertical em papel médio tramado, um selo com traços verdes e outro sem traços verdes, novo com goma e poucas pintas de oxidação. 

Pares tendo um selo com traços e outro sem traços, mas com vincos (431 C2, 449 D, 452 D1)

NETINHA – PAR 1.000 RÉIS – UM COM TRAÇOS E OUTRO COM VINCOS – CARIMBADO – rhm:449 D – S58596f

NETINHA – MILRÉIS - COM TRAÇOS - Par horizontal 1.000 réis, carimbado, um com traços e outro com vincos, filigrana “Casa +” horizontal. Rhm Nº 449 D. 

Pares um selo com vincos e outro sem vincos (449 C, 483 B). Sem imagem.

Este é mais um capítulo especial que ao que eu sei só existe na filatelia brasileira. Isso é o que torna a filatelia brasileira repleta de magia e pesquisa.

Equipe RHM

 

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