A MAGIA DA FILATELIA – ARTIGO 04 a


A MAGIA DA FILATELIA – ARTIGO 04 a

 PRISIONEIRO OU INTERNO?

No final do século XIX e início do século XX os Estados Unidos passou a receber uma grande quantidade de imigrantes de origem japonesa, principalmente na costa Oeste e no Hawaii. Estas famílias procuravam trabalho nas fazendas e na construção de ferrovias com o intuito de poupar recursos para retornar ao Japão.

Em virtude de não aderirem ao “american way of life” (estilo de vida americano) eles eram discriminados ao ponto de existirem escolar exclusivas aos descendentes nipo-americanos na Califórnia.

O ATAQUE A PEARL-HARBOUR E A ORDEM EXECUTIVA 9066

FOTO DO ATAQUE

A tensão existente entre os norte-americanos e a comunidade nipo-americana já existia no início da década de 30 e só virou gigantesca quando no dia 7 de dezembro de 1941 o Japão atacou a base norte-americana de Pearl-Harbour no Hawaii. Este ataque pegou os norte-americanos despreparados, mesmo sabendo que isso poderia acontecer em decorrência de alertas enviados já no dia 27 de novembro de 1941. Faleceram 2.400 soldados e os Estados Unidos perceberam que o canal do Panamá havia sido construído com pouca largura para uma reposição da frota naval, praticamente destruída no Pacífico.

No dia seguinte, 8 de dezembro de 1941, o Presidente Franklin Delano Roosevelt, que também era filatelista, declarou guerra ao Japão.

Assim, a população nipo-americana residente nos Estados Unidos passou a ser vista como inimiga da nação e a discriminação que já existia virou histeria. Apesar da inteligência americana não ter descoberto nenhum foco de espionagem ou colaboracionismo com o inimigo, Franklin assinou a “ORDEM EXECUTIVA 9066” que autorizou o exército a aprisionar pessoas consideradas suspeitas em áreas de segurança.

Cerca de 120 mil cidadãos nipo-americanos foram obrigados a sair de seus empregos e vender seus pertences para serem transferidos para esses lugares.

FRENTE DE UMA LOJA DE IMIGRANTE JAPONÊS COM LIQUIDAÇÃO DE EVACUAÇÃO

Para saber mais a respeito leia o livro de Danielle Steel chamado “Honra Silenciosa”.

Estes campos de concentração foram construídos em regiões remotas e que tinham um clima muito ruim. Foram 10 campos espalhados pelos estados da Califórnia, Idaho, Wyoming, Utah, Arizona, Arkansas e Colorado. Vale lembrar que durante 6 meses existiam campos de concentração provisórios, tempo em que os campos definitivos foram construídos. Em alguns casos as variações térmicas eram de -7º C até 50º C.

ENTRADA DE UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

Para minimizar o termo “campo de concentração” a administração foi feita pelo WRA – “War Relocation Authority”, em português “Autoridade de Relocação de Guerra”.

Na verdade, eram campos de concentração e bastava o cidadão ter 1/6 de sangue japonês para ter sua casa e seus bens vendidos por qualquer valor.

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

Esta hipocrisia também foi registrada na filatelia. Os impressos utilizados na correspondência (que já estavam prontos) foram modificados manualmente, como mostra a peça a seguir.

E3430-1943-EFEITO PEARL HARBOUR-INTERNO JAPONÊS ESCREVE
1943- INTERNO DE GUERRA JAPONÊS NOS USA – 28 de janeiro de 1943 - Formulário de Prisioneiro de Guerra, alterado para Interno, enviado do campo de “New México” para Arkansas. Efeito PEARL HARBOUR. 

Veja no mapa a seguir o Departamento de Justiça onde Kamemoto está no Novo México e para onde a carta foi em Rohwer/Arkansas.

MAPA DOS CAMPOS

No interior da carta Sutenosuke escreve para o Reverendo Kazuo Harper Sakaue em inglês e agradece as notícias recebidas sobre a família que está em outro campo de concentração. Evidentemente ele espera reencontrar a família em breve.

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Posso afirmar que a filatelia tem mesmo QUASE TUDO. Este é o mundo mágico da filatelia e que talvez você não conheça.

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